Jean Antoine
Felix Dissandes de Monlevade (1791-1872) e sua influência em Minas Gerais
"Jean de
Monlevade era
engenheiro das minas e seus estudos foram concluídos na famosa Ecole Politechnique
de Paris.
Chamado ao Brasil, para
fazer observações de mineralogia e geologia, ele devia ficar dois anos. Mas a
lenda conta que a travessia para o Brasil foi tão horrível que ele decidiu
nunca mais se lançar ao mar. Ele fixou-se no Brasil, constituindo família e
fundando varias fábricas.
No ano de 1830, ele funda uma fábrica metalúrgica sobre um
afluente do Rio Doce, próximo de São Miguel de Piracicaba, que se tornou uma
das mais importantes do Brasil.
Ele falanceu em 1872, deixando em seu imponente patrimônio: uma
empresa de fundição com os seus altos-fornos, terras agrícolas, uma fazenda
perto de Santa Lucia de Carangola e por fim uma fazenda de café de rendimentos
importantíssimos.
Ele tinha mandado vir ao Brasil seu sobrinho, Saint Edme de Monlevade, para o casar com a filha dele. Saint Edme
morava na França, no departamento do Cher (Dun le Roy), mas fazia a travessia
do Atlântico periodicamente. Na esteria de Saint Edme, outras famílias viram
para o Brasil : Alexandre Brethel,
farmacêutico , originário da Bretanha, que conheceu Saint Edme em Dun Le Roy, e vária dezenas
de pessoas que deixaram o Cher para emigrar no Brasil. Nesta época, o Cher era
propicio aos movimentos de emigração, pois a terra era pobre e a passagem dos
rebanhos arruinava as plantações, provocando assim o seu empobrecimento. Entre
os embarcarios seis deveriam trabalhar no Paiol onde Alexandre Brethel fora
gerente durante um tempo, 31 deveriam dirigir-se à fazenda de Santana,
propriedade muito importante no caminho novo, no leste de Vassouras, que
pertencia ao genro de Saint-Edme.
E necessário destacar que, aqueles que se dirigiram para trabalhar
na região do Carangola, no Paiol, ou na fazenda de Santana, conheceram
condições de emigração muito melhores que os numerosos colonos recrutados por
mercadores de mão de obra que partiam sem saber o que os esperava. Eles tinham
certeza de encontrar um trabalho.
A vinda para o Brasil do primeiro Monlevade tinha provocado a
vinda do segundo, mas a estada de Saint Edme e o seu segundo casamento em 1858,
com uma brasileira, Rita Leopoldina Oliveira Lima, continuara a geras
conseqüências em outra famílias. Alexandre Brethel esposou a sobrinha de Rita
Leopoldina, filha de um outro descendente de Francês : o Joaquim Lannes. Ele tinha-se alistado com 18
anos na milícia que se encarregara de proteger os colonos bandeirantes. Com 28
anos, ele abandonou a cidade a carreira militar e se instalou em Carangola. Ele
transmitiu para a sua filha, a língua francesa.
Se ele não deixou vestígios na história da Província, os irmãos
dele tiveram certa notoriedade no distrito de São Antônio.
Recebendo do Rio de Janeiro, a sua licença de farmacêutico, o
Bretão Alexandre Brethel abrirá uma farmácia em Tombos de Carangola, no extremo
norte da província de Rio de Janeiro. Tornado-se proprietário por herença da
fazenda deixada por Joachim Lannes, accompanha os movimentos em prol a
liberdade de mão de obra escrava, os debates e os progressos dos
antiescravagistas. Ele continuava a escrever para sua família na França,
descrevendo o pais onde ele se instalou, enviando jornais brasileiros,
fotografias.... Passa-se os anos, e Alexandre se torna o patriarche a quem se
recorre em caso de dificuldades. Recebe em sua propriedade viajantes
brasileiros ou estrangeiros e ouve avidamente quando trazem noticias do Rio, da
França e do mundo. Personagens importantes da época vêm vê-lo em São Joaquim. Assim
o Conde d’Eu lhe fizera uma visita. A partir de 1870, Alexandre não deixara a
fazenda até sua morte em 1901."
Fonte : “Alexandre Bréthel e os Franceses do Carangola” /
Françoise Massa, in Franceses no Brasil,
séculos XIX-XX, p.353